A dona Chica! (um conto para entreter parte I)
Falando de dona Chica, e não é a
mesma da musica ‘’Atirei o pau no gato’’, acho necessário esclarecer!
Dona Chica vive em minha rua,
alias tem uma casa na mesma rua que moro, a casa dela é um mistério, não tem
movimentação, ninguém sem ser ela mesma entra ou sai, acho estranho!
Importante também esclarecer não
sou do tipo que cuida da vida de todos, mas a Dona Chica aguça minha
curiosidade, a minha e da Duda, minha vizinha, minha melhor amiga, que divide
comigo as mesmas curiosidades sobre Dona Chica!
Meus pais não dividem comigo o
mesmo interesse sobre a vida de Dona Chica, minha mãe me diz que já há
mistérios demais na vida dela, incluindo a minha criação, pois ela diz que é
uma pena nenhuma mãe vir da maternidade
com um manual de instrução da criação de um filho, e ela cisma em ressaltar que
o capitulo da adolescência seria por si uma enciclopédia com pelo menos uns 5
livros extras...Exagerada!!!!...Bem sei, mas analisando a minha mãe com as das
minhas amigas, vejo que a minha é normal, ufa!
Voltemos a Dona Chica, quando
sento na calçada com a Duda, durante a tarde depois do colégio, ficamos ali, de
olho, na casa estranha, na casa que não entra ninguém, e que não sai ninguém!
Somente a dona Chica, às vezes, muito às vezes, senhora franzina, deve ter sei
la, tipo uns 100 anos...brincadeira, ela não parece ter tantos anos assim, ela
miúda, cara fechada, sem sorrir, sem esboçar reação de vida, as vezes,
raramente, um bom dia, um boa tarde, porque mesmo para a misteriosa Dona Chica
a educação esta presente, como manda o figurino.
-Ana, o que você acha que ela
come?
-Como assim Duda, o que ela come?
-Ué nunca vi ela, chegando com
nenhuma sacola de compras!
-Ela pode fazer essas coisas na
hora em que estamos na escola, por isso nunca vimos, afinal ela é estranha, mas
acredito que não viva de brisa, embora isso justifique a magreza dela!
Finalizando esse nosso dialogo
ficamos olhando, era algo que fascinava, minha mãe dizia que ela era reservada
só isso, e eu dizia que ela era esquisita só isso!
De repente a porta se abriu, dona
Chica saiu, abaixamos os olhos... Ai que medo!
Ela me da arrepios!
Olhei para Duda, que disfarçadamente
com seus fones no ouvido balança seus pés como se estivesse ouvindo uma música
muito boa, eu sabia que era mentira, porque quando ela ouvia musica dava pra
ouvir a um quilometro de distancia o som, mas a Dona Chica não sabia disso!
Dona Chica saiu portão afora,
disse-nos boa tarde, respondemos em uni sono!
E então desceu a rua, quando ela
estava bem afastada olhei pra Duda, e no olhar percebi que ela teve a mesma
ideia que eu...
- Você pensou o mesmo que eu né
sua danada!
- Por isso podemos ser consideradas
as “”BFF”” Ana kkkkkkk, pensei que não seria má ideia entrarmos lá dar uma
analisada na casa dela.
-Foi o que pensei, mas e se ela
chega e nos pega la dentro com a boca na botija, nem sabemos onde ela vai, ela
nunca sai....
-Ana, o muro dela é baixo, se a
gente percebe que ela chega a gente pula horas!
Parecia tentador a ideia da Duda,
mas sabia que isso não era o certo, invadir a casa das pessoas, e por outro
lado se a Dona Chica queria manter a distancia, ela tinha seus motivos, eu só
queria saber quais!
-Melhor deixar isso para la Duda,
vai que não da certo, vai que ela pega
agente lá, e ai a ‘’casa cai para nós duas’’, isso representa castigo, e
castigo representa sem baile de sábado, prefiro continuar assim sem saber o que
rola la, penso até que se descobrirmos o ‘’mistério’’ de dona Chica as coisas
vão perder a graça você não acha?
- É acho!
Ficamos assim, apenas olhando a
casa dela, de todas das ruas era a única que nunca foi reformada se mantinha
como as casas eram antigamente, muros baixos, vitros antigos, com cortinas
escuras, um jardim mal cuidado, alias aquilo nem poderia ser considerado
jardim, uma porta de madeira, não era
uma casa atrativa, parecia ser mal assombrada, mas eu não acredito em assombração,
mas acredito que dona Chica é uma pessoa que esconde algo, só não sei o que.
Eu e a Duda conversamos uma vez
sobre como pode ser a casa dela por dentro em uma remota hipótese, de um dia
entrarmos e podermos conferir o quanto certas ou erradas estávamos.
Imaginamos que a casa dela tinha
as paredes emboloradas, na sala apenas uma poltrona velha e rasgada cheirando a
mofo, chegamos a conclusão do mofo porque ela nunca abre a janelas, logo não há
ventilação, o banheiro devia ser daqueles bem ‘’cacarecados’’, sujo, e podia
ser que nem chuveiro tivesse, é uma possibilidade, no quarto apenas um colchão
sem roupas de cama, algo bem feio, sujo e claro porque não dizer fedido.
Mas isso era só o que eu e a Duda
achávamos não dava para se ter noção real, Dona Chica era um mistério para
todos embora, ninguém se interessasse
pela vida dela, nenhum vizinho, com a vida corrida não sobrava muito tempo para a vida alheia, o que é o correto na
vida dos adultos, mas como eu e Duda tínhamos uma única preocupação que era os
estudos, nos sobrava um tempo para viajar na ‘’maionese’’ tentando desvendar a
dona Chica.
O que sabíamos realmente era que
ela era a moradora mais antiga da rua, e a rotatividade de pessoas na nossa rua
foi bem intensa, segundo minha mãe desde que nos mudamos para la e isso já
fazem 8 anos, dona Chica já era moradora há muito anos, e nenhuma vizinha, era
tão antiga moradora de lá como era dona Chica, logo, a suas historias foram
indo embora com os moradores mais antigos... continua......
Ah! Agora fiquei curiosa! Conta mais, conta!
ResponderExcluirbeijo